domingo, 20 de janeiro de 2013

Como Despertar a Criatividade

Foto: Thinkstock/Getty Images

Para ser mais criativo, amplie seu leque de atividades: ouça músicas de estilos diferentes, procure ter um ciclo grande de amigos e se interesse por filmes de gêneros distintos

Alessandra Oggioni - especial para o iG São Paulo | 20/01/2013 

Como despertar a criatividade
Mudar o foco, assistir a comédias e até fazer serviços domésticos: confira 15 dicas que podem ajudar no desenvolvimento do processo criativo

Pode soar estranho, mas, para aflorar a criatividade, a solução pode ser... lavar louça! Esta é a dica preciosa do cartunista Laerte, que vai para a pia de casa toda vez que o cérebro está um pouco cansado. “É um truque legal. Já vi isso funcionar para mais de uma pessoa”, conta o desenhista.

Para alguns, como Laerte, a criatividade pode parecer algo natural. Com a obrigação de criar pelo menos sete tirinhas de quadrinhos por semana, ele diz que as histórias simplesmente surgem. “Para mim, não existe isso de não vir uma ideia. O que acontece é que, às vezes, sinto o pensamento mais ou menos arenoso”, afirma – é nesta hora que ele encara a pia de louça.

Para outros, no entanto, ser criativo parece bem mais difícil. Mas segundo Fábio Zugman, autor dos livros “Criatividade Sem Segredos” (Atlas, 2010) e “O Mito da Criatividade” (Elsevier, 2008), esta é uma característica que pode, sim, ser melhorada dia após dia. “Costumo falar que a criatividade é como a musculação: você não nasce musculoso. Você tem um potencial e precisa desenvolvê-lo”, comenta.

Para Zugman, o grande segredo de uma pessoa criativa é buscar experiências diferentes. “Tudo pode ser matéria-prima para ter ideias”. Isso significa possuir um ciclo grande de amigos, interessar-se por filmes de gêneros diferentes, ouvir músicas de estilos distintos, ou seja, ampliar o leque de atividades.

Sem invenções mirabolantes

Quando se fala em criatividade logo vem em mente nomes como o de Einstein, Picasso ou Steve Jobs. Mas especialistas concordam que não é necessário ser autor de grandes invenções para ser considerado original. Basta dar soluções diferentes para problemas do cotidiano, como um atendente de telemarketing que tem uma ideia simples para resolver o caso de um cliente ou um professor que encontra uma maneira divertida de fazer os alunos aprenderem física.

“A criatividade não é domínio exclusivo das pessoas que geram novos produtos ou estratégias de marketing. É preciso ser criativo para lidar com mudanças, reduzir custos, gerar melhorias, solucionar problemas, lidar com pessoas e situações difíceis”, explica a consultora Gisela Kassoy, especialista em Criatividade e inovação.

Para o neurologista Leandro Teles, a solução criativa aflora quando se consegue driblar os caminhos do raciocínio lógico, o tal “pensar fora da caixa”. “Isso acontece quando escapamos do óbvio e alcançamos uma visão alternativa, diferente da média da população”, diz o médico.

No entanto, muitas pessoas precisam quebrar barreiras para desbloquear a mente e conseguir iniciar o processo criativo. “Alterar modelos mentais, cultivar sentimentos de autoconfiança, energia e bom humor podem melhorar a capacidade de criar”, afirma Victor Hugo Soler Montalvo, psicólogo organizacional e especialista em Criatividade.
  
- Não se apegue à primeira ideia que vier à cabeça. “Procure ter pelo menos três soluções diferentes para cada situação”, indica a consultora Gisela Kassoy.

- Aceite as ideias alheias. O truque aí é desenvolver o espírito do “por que não?”, ou seja, a vontade de aceitar novos pensamentos, mesmo que, eventualmente, seja preciso modificá-los um pouco.

- Se estiver com dificuldade de criar, afaste-se do projeto que está trabalhando por um período. Pode ser uma pausa para um cafezinho, um banho ou para lavar louça, como faz o cartunista Laerte.

- Não censure as ideias por mais bobas ou absurdas que pareçam. Depois, selecione tudo e ordene os pensamentos, deixando fluir o processo criativo.

- Imagine a situação ou o projeto de maneira metafórica. “Por exemplo, se alguém precisa criar uma estratégia motivacional para sua equipe de colaboradores, pode imaginar que está lidando com um jardim com diferentes tipos de plantas, algumas com espinhos, outras muito frágeis e assim por diante”, aconselha Gisela Kassoy.

- Recorra a personagens. Basta imaginar qual ideia alguém famoso daria para o seu projeto. Por exemplo, o que Pelé, Bill Gates ou Silvio Santos fariam no seu lugar?

- Assista a uma comédia ou qualquer coisa que faça rir. Pesquisas mostram que o bom humor tem influência positiva na criatividade. “Por isso, é comum uma pessoa ter uma experiência boa num dia e, depois, ter uma grande ideia”, explica Fabio Zugman.

- Fuja de ambientes ruins. Procure um lugar diferente quando quer ser criativo. Se no escritório o trabalho não está fluindo, vá para um café ou um parque e passa a tarde lá. Quebre a rotina.

- Tenha um quadro de ideias, algo que seja físico mesmo, como um caderninho para guardar fotos, idéias ou papeis que possa ser consultado depois.

- Administre as interrupções quando estiver em processo criativo. Um telefone que toca na hora errada pode bloquear sua nova ideia.

- Faça exercícios. Em longo prazo, eles têm relação com produtividade e criatividade, pois também trazem ganhos para o cérebro.

- Coma um chocolate ou tome um café, de maneira moderada. Em curto prazo, eles podem dar um pico de energia e ajudar na busca de uma solução original.

- Mude o foco. Trabalhar em algo diferente por algumas horas pode ajudar a ventilar as ideias. Depois, provavelmente o processo criativo fluirá com mais facilidade.

- Preste atenção em tudo o que acontece ao longo do dia. “O processo mental que a gente usa para atravessar um dia e uma noite é de uma complexidade e de uma riqueza muito grandes”, aconselha o cartunista Laerte.

- Ouça seu sexto sentido. “A intuição é função cerebral guiada por experiências nem sempre conscientes. Pessoas criativas exercitam, valorizam e expressam suas intuições. Com bom senso, dê vazão às sensações pouco ancoradas na lógica e na razão”, finaliza o neurologista Leandro Teles.

Artigo reproduzido do site: delas.ig.com.br/comportamento

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